Réus do Caso Zé Maria Tomé começam a ser interrogados

Filed in Notícias by on 31 de julho de 2014 0 Comments

Quatro anos se passaram desde que o agricultor e ambientalista José Maria Filho, mais conhecido como Zé Maria do Tomé, foi assassinado com mais de 20 tiros, em Limoeiro do Norte, no Baixo Jaguaribe. Entretanto, somente agora os réus no processo que apura a execução serão interrogados. A audiência está prevista para quinta-feira, 31, às 9 horas, na 1ª Vara da Comarca de Limoeiro do Norte.

Na ocasião, deverão ser ouvidos João Teixeira Júnior, proprietário da empresa Frutacor e um dos maiores empresários do agronegócio no Ceará; José Aldair Gomes Costa, gerente da Frutacor; Antônio Wellington Ferreira Lima e Francisco Marcos Lima Barros, ambos moradores da comunidade do Tomé. Os quatro foram apontados como participantes no homicídio, após investigação policial, que durou mais de dois anos. Todos foram denunciados pelo Ministério Público à Justiça, em junho de 2012, e somente agora serão arguidos pela juíza Flávia Setubal de Sousa Duarte e pelos advogados.

As investigações apontam que o assassinato de Zé Maria está relacionado à atividade que ele exercia. Líder comunitário, o agricultor era considerado um dos principais militantes na luta contra o uso de agrotóxicos em plantações na Chapada do Apodi, denunciava as consequências do método de pulverização e irregularidades na concessão de terras nos perímetros irrigados da região.

Aos 44 anos, Zé Maria foi executado em abril de 2010, em típica ação de pistolagem, na localidade de Tomé, próximo à sua residência. O suposto executor, conhecido como “Boião”, foi assassinado, em julho do mesmo ano, durante uma ação policial que não estava relacionada com a execução do ambientalista.

Processo

O homicídio de Zé Maria ocorreu poucos meses após a promulgação, em 20 de novembro de 2009, da lei municipal de nº 1.278/2009, que proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos em Limoeiro do Norte. A iniciativa foi resultado da pressão de organizações, movimentos populares e pesquisadores, e ganhou repercussão internacional, ao banir a pulverização aérea de agrotóxicos. Caos de desrespeito à lei eram denunciados por Zé Maria, o que teria motivado a execução. A expectativa é que o processo seja concluído até o fim deste ano.

Fonte: Jornal O Povo

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